terça-feira, setembro 30, 2008

A CRISE – VERSÃO “FOR DUMMIES”

Saber qual é o seu papel nessa crise toda é simples, basta lembrar um velho ditado: “o lado mais forte da enrabada geralmente fuma charutos cubanos e tem uma propriedade em Aspen”. Logo, pode ir preparando o KY.

O fato do Bush topar abrir a carteira para descolar uns bilhõezinhos não significa que a prática se estende a todos. Quando grandes executivos de finanças apostam em "contabilidade criativa" e fazem merda a gente chama de “crise”. Mas quando você abusa do cartão e se entope de dívidas aí o banco diz que você é um “perdulário”. Aprenda, Juquinha: a gramática pode ser distorcida, só depende da sua conta bancária. Em resumo: não, ninguém vai descolar uma grana para você quitar as parcelas das Casas Bahia – ESSA crise é sua, não nossa.

Mas eu já estou criando um novo mercado para quem quer grana fácil. Estou investindo em cantoras de MPB. Se uma delas virar lésbica, o sucesso será imediato e eu lavo a burra – o estigma da Cássia Eller ainda funciona, pode crer.

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sexta-feira, setembro 26, 2008

O BRASIL É UM DISCO RISCADO

Viver no Brasil é viver em moto contínuo. A gente relaxa um pouquinho e vem uma crise. Quando dizem ”agora vai”, vem alguém de fora e diz “Not now, chicanos!” As manchetes não mudam. Olha só, até o Maluf continua candidato. Ser o país do futuro cansa, não acham?
Na capa da revista Caras eu vejo a Suzana Vieira. Ela não estava lá na semana passada? O que ela fez de novo para virar manchete? Trocou o lugar do umbigo de novo? E nas outras revistas de fofocas? Grazi na capa. De novo. Só muda a posição da bunda. Ela já era capa há umas duas ou três semanas. Na semana que vem eu aposto que vai ter uma entrevista “exclusiva” com a Deborah Secco “revelando tudo”. Peraí, mas ela já não falou tudo no mês passado? O que ela fez de novo? Comprou mais uma geladeira? Ei, parem as prensas!
Deve ser fácil fazer jornalismo assim. Em resumo, as manchetes dizem o seguinte: “Ó, lembra que era tudo uma merda e um saco? Pois é, continua tudo igual.” Então hoje eu vou entrar nesse embalo. Seguinte: o novo disco do Caê é uma bosta, a Bethânia continua feia de doer, Preta Gil continua gorda e, sim, apesar de Bruno Barreto concorrer ao Oscar, ele ainda é um banana – a melhor coisa que ele já fez na vida foi comer a ex-mulher do Spielberg.
Tudo isso, na verdade, é só para dizer que eu estava escrevendo um dossiê sobre a crise nas bolsas, mas faltou tempo para acabar. Semana que vem eu posto, se sobrar alguma coisa da civilização, claro.

PS - como prova do que eu falei, aqui vai uma notícia que comprova o moto contínuo: Cláudia Ohana vai posar para a Playboy de novo! Não deixem seus priminhos verem fotos da zona do agrião da guria. Tem nego traumatizado até hoje por isso.

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terça-feira, setembro 16, 2008

CASA-COMIDA-E-ROUPA-LAVADA, MAS MÃO “NAQUILO”, NÃO!

Sandy, a cantora e “namoradinha-do-Brasil-desde-que-você-não-me-toque-lá-onde-papai-não-deixa”, casou. Além de render manchetes nas revistas de fofocas, o fato atrapalha a vida da rapaziada de espinha na testa que ainda acredita na lenda das “Fotos de Sandy Nua”.

Os repórteres não tiveram a permissão de acompanhar a cerimônia (vai ter jornalista falando mal da moçoila, só por ter negado o espumante gratuito da semana). É justo. Mas eu desconfio que eles serão chamados para a noite de núpcias. Só para testemunharem o momento em que ela oficialmente vai virar “mocinha”. A opção é fazer como os ciganos, que exibem o lençol manchado como prova do “amor consumado”. Sandy, relaxa: dá para usar catchup.
E agora? Quem se habilita para assumir o papel de “falsa virginzinha imaculada”? A Sasha não vale, pois há rumores dizendo que ela já catou um GI Joe. Outra pergunta: quando o Júnior vai casar? Poxa, o Dado Dolabella tá aí, dando mole...

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sexta-feira, setembro 12, 2008

MINHA DOCE VIDA DE PLAYBOY

Estou preocupado. As últimas pesquisas comprovaram o que eu já desconfiava: eu faço parte da classe A/B. Enfim, faço parte da “Zelite”. Sou rico e não sabia. Meu Deus, qualquer dia desses eu vou acordar, me olhar no espelho e ver que me transformei no Tarcisio Meira. Pelo que vejo nas novelas da Globo, minha vida se resumirá a passar as tardes ao lado da piscina e sacanear pobres honestos e trabalhadores como a Regina Duarte. Vou ter uma empregada uniformizada (provavelmente a Taís Araújo). E todas as vezes em que eu andar de helicóptero vou ouvir Frank Sinatra ao fundo.

É difícil acreditar nisso. Eu ainda tenho preocupações mundanas. Recebo salário, tenho assistência médica, essas coisas de gente mortal. Ainda não tenho um iate. E não dou festas para pessoas vestidas de smoking. Mas percebo que tenho vícios horríveis de playboy, como ler um ou dois livros por mês e ir ao dentista regularmente. Eu devia ter vergonha, sou um burguês inescrupuloso e esbanjador.

Nós, playboys, somos incompreendidos. Não fazemos mais aqueles rituais esnobes, como caçar raposas. De vez em quando espancamos faxineiras, mas é só isso. Temos costumes arrogantes, eu sei. Saber diferenciar um Merlot de um Pinot Noir em um país como nosso é de uma insensibilidade imensa. Mas somos “muito gente”, acreditem.

É por isso que estou lançando uma nova série de matérias: “Doce vida de Playboy”. Vou investigar os costumes dos ricos. E até tentar me adaptar aos mais estranhos, como engolir ostras e apreciar espetáculos de balé (céus, o que é um Pas de Deux?). Quem sabe até aprenda a fraudar o imposto de renda. Só para provar aos leitores que por trás de toda Suzana Vieira existe um ser humano comum e temente a Deus. Nós só gastamos um pouco mais de dinheiro em livros sobre porcelana chinesa. Só isso.

Acompanhem. Pelos meus leitores eu topo até encarar a Glória Menezes.

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terça-feira, setembro 09, 2008

CENAS ELEITORAIS. OU “MEU TÍTULO ELEITORAL NÃO VALE NADA”

Para aqueles que ainda acreditam que eleição é um troço sério:

Ontem eu vi um carro divulgando a candidatura de Agnaldo Timóteo para vereador de São Paulo. O slogan do sujeito: “Coragem e dignidade”. Coragem vá lá: o cara já vendeu pessoalmente os seus cds em barraquinha. Mas, putz, “dignidade”? Para quem participou do “Casa dos Artistas” e passou metade do tempo brigando com a lixeira, acho que ele forçou um tiquinho.

Lembrando: Serginho Mallandro também é candidato. Rapaz, como eu amo o meu país!

PS: relembre uma “grande” música do Agnaldo: “Mamãe”. Só por cantar “O avental todo sujo de ovo” ele já merecia meu voto. Aí eu lembro que ele apóia o Maluf. Ah, esquece.

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sexta-feira, setembro 05, 2008

QUE TIPO DE BRASILEIRO VOCÊ É?

Caceta, acho que não sou mais brasileiro. Sei lá, vai ver eu sou nativo da Nova Zelândia, ou do Paquistão e não sabia. Eu não me encaixo em nenhuma descrição tradicional dos nativos de nosso país. Ninguém gosta de ser comparado ao Zé Carioca, mas também ninguém faz nada para mudar o padrão.

Dê uma olhada nos cinemas. Mesmo os nossos cineastas nos encaram como uma coletânea de clichês. No filme “Linha de Passe”, que estréia hoje, os personagens masculinos centrais são um motoboy, um evangélico radical e um cara que sonha em ser jogador de futebol. Só faltou o traficante e o travesti para o perfil ficar completo. E onde é que eu me encaixo?

No filme “Os desafinados”, todos são músicos que sonham em fazer sucesso no exterior. Não é de se estranhar que os gringos achem que a gente vive de pandeiro na mão. Nem a gente consegue se retratar de outra forma. Sinto vontade de comprar uma fruteira e colocar na cabeça. Será que uma fantasia de Carmen Miranda vai me deixar mais brasileiro?

Pode prestar atenção: nossos músicos que fazem sucesso lá fora são, na maioria dos casos, alegorias de “brasilidade ambulante”. Carlinhos Brown, Caetano... Nossos cineastas, nossos artistas, escritores, quase todos têm aquele ingrediente exótico, tropical, malemolente. Os gringos adoram atirar amendoins para ver se a gente samba.

Eu não sou traficante, não toco porra nenhuma de violão ou pandeiro, odeio axé, não saco nada de futebol e não luto capoeira. Enfim, estou vendo a hora em que vão me deportar. Eu devo estar estragando a paisagem...

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